“O empirismo da
experimentação animal, inevitável quando dos albores da ciência, deve dar lugar
a uma aproximação mais racional e, portanto, mais apropriada a uma ciência
exata. Assim, não haverá conflito entre os apelos da ciência e a obrigação de
humanidade para com os animais.” (Akimovna B.)
Durante
muito tempo, a humanidade utilizou a experimentação animal de forma
descontrolada e cruel, baseada na filosofia de René Descartes, que dizia que os
animais eram incapazes de sentir e ter autonomia ou sofrer. Entretanto, com o
avanço da ciência, filósofos desenvolveram a Bioética, bem como seus conceitos
e princípios, que hoje são empregados na experimentação animal. Dentre eles, o
mais importante é Charles Hume, que em
1926 fundou a sociedade University of London Animal Welfare (hoje, Universities
Federation for Animal Welfare), que propunha a discussão sobre o comportamento
humano científico sobre a utilização de animais. Em 1947, Hume
e outros cientistas criaram o livro Ufaw Handbook on the Care and Management of
Laboratory Animal.
Atualmente,
o Conselho Nacional de Experimentação Animal rege todo o cuidado com a
experimentação animal, com base em princípios éticos propostos como 11 artigos.
São eles:
Artigo1º - É primordial
manter posturas de respeito ao animal, como ser vivo e pela contribuição científica que ele proporciona.
Artigo 2º - Ter consciência de que a sensibilidade do animal é similar à humana no que se refere a dor, memória, angústia, instinto de sobrevivência, apenas lhe sendo impostas limitações para se salva-guardar das manobras experimentais e da dor que possam causar.
Artigo 3º - É de responsabilidade moral do experimentador a escolha de métodos e ações de experimentação animal.
Artigo 4º - É relevante considerar a importância dos estudos realizados através de experimentação animal quanto a sua contribuição para a saúde humana em animal, o desenvolvimento do conhecimento e o bem da sociedade.
Artigo 5º - Utilizar apenas animais em bom estado de saúde.
Artigo 6º - Considerar a possibilidade de desenvolvimento de métodos alternativos, como modelos matemáticos, simulações computadorizadas, sistemas biológicos "in vitro", utilizando-se o menor número possível de espécimes animais, se caracterizada como única alternativa plausível.
Artigo 7º - Utilizar animais através de métodos que previnam desconforto, angústia e dor, considerando que determinariam os mesmos quadros em seres humanos, salvo se demonstrados, cientificamente, resultados contrários.
Artigo 8º - Desenvolver procedimentos com animais, assegurando-lhes sedação, analgesia ou anestesia quando se configurar o desencadeamento de dor ou angústia, rejeitando, sob qualquer argumento ou justificativa, o uso de agentes químicos e/ou físicos paralisantes e não anestésicos.
Artigo 9º - Se os procedimentos experimentais determinarem dor ou angústia nos animais, após o uso da pesquisa desenvolvida, aplicar método indolor para sacrifício imediato.
Artigo 10º - Dispor de alojamentos que propiciem condições adequadas de saúde e conforto, conforme as necessidades das espécies animais mantidas para experimentação ou docência.
Artigo 11º - Oferecer assistência de profissional qualificado para orientar e desenvolver atividades de transportes, acomodação, alimentação e atendimento de animais destinados a fins biomédicos.
Agora que já
sabe um pouco mais sobre a Bioética, concorda ou não com a experimentação
animal?
Autor: Ellen
Gonçalves de Oliveira.
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ResponderExcluirObviamente que tais procedimentos só ocorrem após serem testadas e descartadas todas as outras alternativas, como os testes in vitro. A estrutura também deve ser adequada e suficiente à alocação desses animais. Além disso, deve-se ressaltar que cada caso é analisado individualmente e validado pelo CONCEA ou comitês de ética respectivos a cada unidade em que se realizam esses experimentos. Não há melhor opção do que as infinitas análises possíveis de se obter em um modelo animal - é o mais verossímil sistema biológico. Portanto, creio que sob as devidas condições, é imprescindível e inevitável a existência da experimentação animal, em prol de um desenvolvimento e progresso técnico-científico, especialmente no campo da saúde.
ResponderExcluirConcordo com o comentário acima. A experimentação animal, desde que respeitando os princípios éticos (que foram citados nesse texto), é bastante válida quando não se tem outra alternativa. Ressalto que a busca por outros meios de pesquisa que substituam a experimentação animal devem estar em constante desenvolvimento, a fim de que um dia consigamos substituir integralmente o uso de animais por outros métodos.
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