quinta-feira, 5 de maio de 2016

Modelos Explicativos na Bioética

Com o avanço da ciência e, com ele, o avanço da experimentação científica em seres humanos, várias teorias se mostraram presentes para delimitar até onde é ou não é aceitável este tipo de experimentação. Desse modo, nasceram os modelos explicativos no campo da bioética, que visam estabelecer o avanço da ciência juntamente com a preservação do bem estar dos indivíduos em estudo. Desses modelos, dois se destacaram, sendo eles o Principialismo e o Utilitarismo.



                                          PRINCIPIALISMO






Corrente baseada no Relatório Belmont e no livro “Principles of Biomedical Ethics” é conhecida como a corrente mais utilizada, porém sendo criticada na comunidade pela não hierarquização dos princípios.
Nessa corrente, a ação é deduzida diretamente de princípios morais, podendo ser resumida em quatro princípios :

Autonomia: respeito ao indivíduo, à sua decisão e o que ele acredita que seja melhor para si.

Justiça: “os iguais devem ser tratados como iguais e os diferentes de maneira diferente”.

Não maleficência: não cometer dano intencional ao outro.

Beneficência: ajudar ou fazer o bem ao próximo independente de sua vontade.





                               UTILITARISMO




Segunda corrente mais difundida, o utilitarismo baseia-se no conceito de que o que faz a ação do indivíduo ser correta ou não , são as consequencias dessa ação. Visto que a quantidade de bem-estar adquirida pelo indivíduo através dessa ação se torna a consequência mais importante, o utilitarismo deixa de lado o principialismo e coloca uma certa ordem, uma hierarquização no princípios , seja a ação do indivíduo correta ou não.

A principal crítica a essa corrente, é devido ao fato de que o bem,nesse caso, é essencialmente mais importante do que o justo, podendo haver conflitos em certas tomadas de decisões. Para a tomada de decisões por meio do utilitarismo, existem três princípios hierarquizados :

Consequencialismo : decisões tomadas unicamente se pensando nas consequências dos atos.
     
Máximo de bem-estar: A ação tomada deve gerar a melhor consequência ao indivíduo, ou seja, gerar o máximo de bem-estar a ele, independente se ela seja correta ou não.
    
Agregacionismo: Caso haja um conflito de escolha, a ação que deverá ser tomada será aquela que agrega mais valor ao indivíduo.



Por fim, outros modelos mas não menos importantes, são :



Ética do Cuidar

 A  relação entre o profissional de saúde e o paciente não deve ser imparcial, necessitando a inclusão das mais diversas facetas da situação no conjunto de análise e tomada de decisões.

Bioética da Proteção

Baseado no conceito de que um indivíduo totalmente desamparado e acometido por mazelas sociais não é livre para escolher (assim como um indivíduo de um país desenvolvido) será necessária então a tutela do Estado e sociedade.

Ética Deontológica

 É baseado num conjunto de normas que o profissional deve seguir rigorosamente, evitando assim subjetividade.

 Casuística

A tomada de decisões independe de princípios; e sim de casos anteriores.


E você caro leitor, qual corrente você mais se identifica : Principialismo ou Utilitarismo ?


Autor: Honório Augusto Reis Armond.



Um comentário:

  1. Esse texto me fez perceber o quanto a filosofia está presente em tudo. Não só na política, mas também na ciência e pesquisa (como vocês mostraram ao apresentarem um pouco desses modelos) e em várias outras áreas do conhecimento. Parabéns pelo texto!

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